domingo, 8 de março de 2009

o poeta, amigo do sol


"Se vens à minha procura,/ eu aqui estou (...)"

XII, in As Mãos e os Frutos




A poesia de Eugénio de Andrade é uma sedução permanente, a paixão pela liberdade, a devoção à natureza intocável, o amor pelo amor dos amantes. Poeta das palavras simples, tal qual um filósofo do campo, cuja sensibilidade nos mostra o caminho do belo, do maravilhoso em transformação.
O corpo na poesia de Eugénio de Andrade é um coração que bate e o sangue que circula nos versos, são as mãos que trazem os frutos e a garganta que liberta um pássaro.
O olhar do poeta sobre o mundo é uma canção magnífica, uma eterna ode à natureza, às madrugadas que trazem o amante ou a espera pelas mãos do amor nas mãos do poeta.
De alguns escritores poderíamos dizer que escrevem com o sangue da sua revolta. O poeta Eugénio de Andrade escreve com a terra poeirenta, a terra fértil, o Sol que mostra o mundo ao leitor.
Nas mãos de Eugénio de Andrade nascem frutos de poesia.
Este é o nosso Autor da Quinzena e dele destacamos Os sulcos da sede, As mãos e os frutos, Os amantes sem dinheiro (todos da QuidNovi), O amigo mais íntimo do Sol e a História da égua branca (ambos da Campo das Letras).